Em 1918, Alcides Santos estabeleceu os alicerces do Fortaleza, sendo o pioneiro nessa empreitada. Além de sua contribuição para o cenário esportivo, ele foi o primeiro representante da Ford nos Estados Unidos no Brasil. Com uma formação acadêmica adquirida na França, país pelo qual nutria grande afeto, Alcides encontrou inspiração para as cores do clube: vermelho, azul e branco.
Antes de sua notável atuação na fundação do Fortaleza, Alcides Santos também foi atleta de remo no Flamengo, no Rio de Janeiro. Sua vida apresenta um episódio marcante quando, em 1912, embarcou no Titanic, viajando de Nova York para a Europa. O destino do navio foi tragicamente alterado quando colidiu com um iceberg antes de chegar ao seu destino final, Nova York.
Em entrevista ao site GloboEsporte, Lauro Henrique Santos, neto do fundador do Fortaleza, compartilhou suas memórias e vivências ao lado do avô, revelando detalhes fascinantes sobre a trajetória de Alcides Santos.
“Nós éramos muito pequenos. Só participávamos de coisa de jogo quando o rádio estava alto. Ele já era mais idoso, ele é de 1889. No final de 1950 e 1960, ele não ia ao estádio, mas era aquele movimento em dia de jogo. O espetacular é que nunca houve reclamação de barulho, criança era para brincar”, afirmou.
Nos períodos em que não estava envolvido com atividades esportivas, Alcides Santos dedicava-se à coleção de selos e moedas. Entre os objetos antigos cuidadosamente guardados, encontrava-se o bilhete do Titanic, o qual ele possuía para a viagem planejada em 1912. No entanto, diante da trágica ocorrência que envolveu o navio, esse bilhete tornou-se uma recordação significativa.
“É uma curiosidade: o Alcides estava em Nova York, em 1912, ele estava com tíquete para embarcar para voltar para a Europa, e o Titanic nunca chegou. A companhia de navegação convocou todos para fazerem a devolução do dinheiro e ele ficou com o tíquete. Ele enquadrou. Se fosse na volta, ele estaria dentro do navio”, finalizou Lauro.