Na madrugada da última quarta para quinta-feira (22), logo após empatar com o Sport em 1 a 1 pela Copa do Nordeste, a delegação do Fortaleza sofreu uma emboscada por parte de torcedores do time pernambucano, que atacou o ônibus do Leão do Pici com pedras e até mesmo uma bomba.
As cenas divulgadas pelo Fortaleza foram chocantes, com janelas do ônibus quebradas, vidros estilhaçados e manchas de sangue espalhadas pelos bancos do veículo. E seis jogadores (Titi, Brítez, João Ricardo, Sasha, Dudu e Gonzalo Escobar) ficaram feridos, tendo que ser encaminhados para um hospital no Recife. E agora foram revelados os números de lesões sofridos por esses jogadores.
Jogadores do Fortaleza tiveram mais de 1.200 lesões, segundo diretor do clube
O atentado contra o ônibus do Fortaleza deixou mais de 1.200 lesões físicas nos atletas, segundo o Diretor do Departamento de Performance do clube, o médico Cláudio Maurício, em entrevista exclusiva à TV Verdes Mares.
“Nós estamos falando de seis atletas periciados. Dos seis, eu acompanhei pelo menos 1.200 lesões nesses atletas. A natureza das lesões fala por si só. Temos lesões contusas, perfurantes, queimaduras de segundo grau, lesões com deformidade definitiva. Temos lesões que não vão se apagar mais, que são cicatrizes definitivas. Não tenho dúvidas de que não estamos hoje velando alguém por segundos ou pela mão de Deus. Porque muitas das lesões poderiam ser fatais por centímetros”, disse o diretor.
Dentre esses atletas, o caso mais crítico foi o do lateral Escobar, que foi diagnosticado com um traumatismo cranioencefálico, além de múltiplas lesões, e que levou 13 pontos entre a boca e a sobrancelha. O argentino é o jogador que precisará de mais atenção dos médicos, e levará mais tempo para retornar aos treinos.
“A situação do Escobar é de dar dó, o que ele está passando nesses primeiros dias. No primeiro momento ele não tinha condição nem de ir ao hospital mais especializado. Ele foi para o hospital mais próximo e deu entrada na UTI até recobrar a consciência e poder ter os primeiros cuidados”, disse Maurício.
Por fim, o médico ainda destacou o amparo psicológico que vem sendo oferecido pelo clube aos atletas:
“A gente fez uma brigada, uma força-tarefa para conseguir dar esse suporte psicológico para eles. Nem todos os atletas têm família aqui, alguns tem, alguns uma parte apenas. A gente tem tentado ir à casa deles para dar esse suporte, mas também trazê-los para o clube, até porque o convívio com os colegas ajuda. Às vezes vai ficar isolado, você fica revivendo aqui, na sua mente, não dorme bem, acorda mal. Estamos oferecendo suporte psiquiátrico, com medicação para quem a gente acha que tem indicação nesse momento. E assim vamos tentar aos poucos reintegrá-los, mas respeitando a dor de cada um”, pontuou o diretor do Fortaleza.