Uma semana após o atentado ao ônibus da delegação do Fortaleza, que foi atacado por torcedores do Sport logo após deixar a Arena Pernambuco, onde as duas equipes empataram em 1 a 1, no jogo válido pela Copa do Nordeste, os atletas do Leão vão buscando se recuperar fisicamente e mentalmente.
E o CEO da SAF do Fortaleza, Marcelo Paz, chamou mais uma vez a atenção para a seriedade do episódio vivenciado pela delegação, onde “entre 80 e 100 torcedores” atacaram o ônibus da delegação do Leão do Pici com pedras e até mesmo uma bomba. Até agora, apenas uma pessoa se apresentou na delegacia e ninguém foi preso.
Marcelo Paz cobra por punições aos envolvidos em ataque ao ônibus do Fortaleza
Em entrevista exclusiva ao ge, Marcelo Paz relembrou o quão grave foi essa situação, e cobrou por maiores medidas e punições aos envolvidos no atentado.
“Hoje poderia estar sendo a missa de sétimo dia de alguém que estava naquele ônibus. Poderia ser comigo, algum dos atletas que foram atingidos ou alguém que não foi atingido por um detalhe. Então, tem que agradecer a Deus por não ter tido algo pior. Mas não vamos nos calar. O Fortaleza não vai se calar até que, de fato, haja punição devida a quem causou tudo isso”, declarou o CEO.
Marcelo Paz afirmou que o Fortaleza estudou a possibilidade de ficar fora da Copa do Nordeste, mas que isso poderia acarretar em consequências mais sérias para o clube, como a exclusão de competições da CBF por dois anos de competição da CBF.
“A gente pode precisar qual era o custo financeiro, as consequências de sair da Copa do Nordeste. Sair de qualquer competição da CBF faz com que o clube fique dois anos afastado de todas as competições da CBF. A gente teria que sair de Copa do Brasil, de Série A e voltaria depois de dois anos na Série D. Não faz sentido. Infelizmente, a gente não pode deixar a competição, pois seria outra agressão a nossa torcida. Vamos ter que nos recuperar, encarar os jogos que tem pela frente, curar as feridas internas e seguir. Tentar, de alguma maneira, performar mas, acima de tudo, não esquecer o que aconteceu”, pontuou Marcelo Paz.
No atentado, seis jogadores do Fortaleza ficaram feridos e tiveram que ser encaminhados para um hospital no Recife: João Ricardo, Escobar, Titi, Brítez, Lucas Sasha e Dudu.
Destes nomes, Titi e Escobar devem ficar fora dos próximos jogos. O zagueiro Titi teve que realizar um procedimento cirúrgico para retirar estilhaços de vidro e alguns resquícios de bomba caseira da panturrilha, ficando fora da equipe por pelo menos três semanas. Escobar ainda se recupera de 13 pontos no rosto e um trauma cranioencefálico. Por fim, o atacante Thiago Galhardo também foi liberado para cuidar da saúde mental, e retornará às atividades após um período de uma semana de afastamento.
Dos feridos, João Ricardo, Brítez, Lucas Sasha e Dudu já estão realizando atividades com o restante do grupo do Fortaleza, que ainda treina até sábado de manhã e entra em campo no domingo (3), contra o Fluminense-PI, pela Copa do Brasil.